Na noite de 20 de junho, o LAV - Lisboa Ao Vivo recebe um concerto único de Glen Hansard inserido na digressão de apresentação do seu novo disco que tem lançamento previsto para o próximo outono. Os bilhetes custam entre 32€ e 38€ e já estão à venda em lasttour.org e feverup.com
Além de vocalista principal e membro fundador da banda de rock irlandesa The Frames, Glen Hansard integra o duo folk The Swell Season com a pianista e vocalista checa Markéta Irglová. Juntos partilharam o Óscar de Melhor Canção Original por "Falling Slowly", do filme "Once", no qual ambos foram protagonistas. Entre os álbuns a solo de Hansard, "Didn't He Ramble" (2015) recebeu uma nomeação aos Grammy.
Hansard colaborou na banda sonora de "Flag Day" com Cat Power e Eddie Vedder, com quem andou digressão como membro dos The Earthlings, e voltou a reunir-se com Markéta Irglová para uma série de espectáculos de comemoração do 15º aniversário do filme "Once", todos esgotados. Também se juntou ao elenco de "Cyrano" para as filmagens em Itália, a pedido dos gémeos Dessner (The National). No meio desta agenda intensa teve pouco tempo para se concentrar em trabalhar em música nova para apresentar ao público - um obstáculo significativo para um artista que se considera, acima de tudo, um live musician.
Ao longo de cinco terças-feiras, uma pequena multidão de fãs, amigos e frequentadores de pubs juntaram-se em 2022 para ouvir Hansard - juntamente com os colegas de banda dos Frames, Joseph Doyle e Graham Hopkins, o violinista Gareth Quinn e a pianista Megan O'Neill. "Não conseguia perceber o que seria o novo disco até tocar as canções num palco com uma banda. Só quando uma canção é testemunhada é que encontra a sua forma, o seu lugar, a sua identidade. Instalámo-nos num canto e tocámos para os habitantes locais, alguns dos quais só estavam a ouvir pela metade. Um conjunto de agricultores e trabalhadores, jogadores de dardos e bilhar. Todas as semanas tocava duas horas de canções novas, algumas já acabadas, outras ainda a meio do processo de composição. Pude assim aperceber-me do material que já tinha e no que ainda precisava de aprimorar. Quais eram as canções que me interessavam e quais eram apenas boas na minha imaginação. Isso guiou as minhas escolhas de imediato. Foi como se o álbum tivesse surgido naquele bar e não antes", diz-nos Hansard.
O álbum que resultou "All That Was East Is West of Me Now" é por vezes ruidoso e meditativo, extenso e hipnótico. É o disco mais rock de Hansard desde a era "Burn the Maps" dos The Frames. O título, que Hansard diz derivar da "súbita perceção de que há mais para trás do que para a frente", é um balanço sobre o caminho percorrido e o que ainda está por descobrir. Embora a passagem do tempo possa ser um tema central, a narrativa das oito faixas do álbum centra-se mais na promessa do futuro do que em pensamentos de arrependimento ou nostalgia. A viagem está mais perto da sua conclusão do que do seu início, mas Hansard ainda não está pronto para parar; há mais montanhas para escalar, há mais terreno para explorar. Ainda há muito mais para experimentar. Como canta em "Sure As the Rain", o músico está preparado para receber o que vem a seguir. Para deixar a porta aberta, para o que está a chegar.