Raízes Aéreas, o disco de estreia a solo de Sarine já está disponível online
Conhecido sobretudo pelo seu trabalho como baterista/percussionista na banda brasileira DEAFKIDS, Marian Sarine tem vindo a colaborar, ao longo da sua carreira musical, com projectos tão diversos quanto as Rakta, os Test, o duo Cavalo Serpente ou o artista de música electrónica Felinto. A solo, sob a alcunha Sarine, tem desenvolvido uma linguagem que parte da exploração das várias dicotomias ligadas ao ritmo: ora evoluindo em cima da sua dimensão mais ancestral, ligada a toda e qualquer construção musical, ora desbravando as suas potencialidades como recurso sofisticado e orientador de futuro.
Em Raízes Aéreas, a sua primeira edição a solo agora lançada digitalmente via Lovers & Lollypops, junta temas antigos e novos, gravados num órgão brasileiro dos anos 80. Utilizando uma palete de poucos padrões de arpeggio, Sarine organiza, em disco, uma espécie de jam consigo mesmo, compilando um conjunto de improvisos que adicionam ideias rítmicas aos padrões base e, com isso, exploram as possibilidades rítmicas do órgão. Bebendo dos trabalhos experimentais de Charanjit Singh sobre a modernização de ragas indianos e do trabalho de mestres organistas como Hailu Mergia, Mammane Sani ou Hama, Sarine segue em busca dos aspectos mais naturais e transcendentais do transe cíclico, movido pela constante procura do autoconhecimento. Gravado em plena pandemia, o álbum lida também com a manipulação de recursos limitados, numa perspectiva lo-fi que se faz valer da urgência e restrição que permeiam o momento atual. De acordo com o próprio, Raízes Aéreas "é uma declaração de princípios, uma ode à natureza dialética da existência e dos universos que residem entre cada batida do metrónomo".
Lovers & Lollypops
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