Entrevista com Mário Mata
Surgido em plena fase de ebulição da música popular portuguesa, em 1981 (entre o "Ar de Rock", de Rui Veloso, e "Por Este Rio Acima", de Fausto, que ficaram como marcos essenciais desse período), Mário Mata afirmou-se desde cedo como prossecutor de uma estética popular moderna, através de uma linguagem muito próxima do quotidiano, sem desleixar as preocupações estéticas nem se render a facilitismos.
"Não Há Nada Pra Ninguém" foi o primeiro grande êxito deste músico, e marcou toda uma geração. Ao misturar a música de raiz popular com as tonalidades do pop/rock, Mário Mata conseguiu criar um estilo próprio e deixar a sua marca na música portuguesa do último quartel do século XX.
Depois de mais dois discos num registo semelhante ("Não Mata Mas Mói", 1982, e "Deix'ós Poisar", 1988), faz um primeiro grande intervalo nas gravações, a que só regressa oito anos depois, em 1994, com o álbum "Somos Portugueses".
Os resultados comerciais foram surpreendentes e grande parte dos temas foram sucessos («Somos Portugueses»; «Há dias de manhã», «Vamos lá falar», «Lá vou eu pra cidade», «Sou do Contra», «Faz-te à vida»).
Em 2004 volta à edição discográfica, com o cd «Dupla
Face», onde procura trilhar novos caminhos.
Sete anos depois, mais um registo discográfico, "Sinais do Tempo", com um novo
lote de canções, fazendo-se acompanhar por um naipe de músicos de primeira
água, e mantendo-se sempre fiel às características que melhor lhe conhecemos.
Em 2014, sob o pseudónimo The Night Street Band, o cd
"Amber Dawn" atinge alguma notoriedade na Africa do Sul, Japão e em duas
rádios de Boston (USA).
E quando menos se esperava que regressasse, eis que aparece através da mão do
guitarrista e produtor Chico Martins, o José Cid na vida do Mário Mata. E em
2016 pela mão do próprio Cid (que assina a produção) surge o CD "Regresso",
misto de temas antigos renovados e alguns originais que trouxeram de volta o
"velho" Mário, renovado, mas fiel àquilo que sempre foi: um espírito rebelde
e insubmisso, atento, mas nunca venerador, nem obrigado.
Desde 2016 que Mário Mata tem participado nas tournées do seu amigo José Cid com grande sucesso.
Em 2021, regressou à edição de músico com o single "Pouco Me Importa", editado pela Glam Music.
Em 2022, lança o novo
álbum "X".
Texto: Glam Music | Entrevista: Ricardo Coelho