Malina, para começar, há novidades. Estás em destaque no
Spotify, não é assim?
Sim, sim, é uma notícia muito boa, nem queria acreditar. Já
ter entrado na semana em que a música saiu a "Espelho" na pop.pt e na New Music
Portugal foi muito bom. E agora com esta na "Equals", ainda foi melhor, não é?
Porque é uma playlist só de mulheres com muita força e é muito importante.
Malina, finalmente está aí o teu EP. O que é que podemos
encontrar nele?
Eu posso dizer que são cinco músicas muito variadas, muito
diferentes, umas das outras, mas todas elas fazem sentido porque é a procura de
um reflexo novo, meu, enquanto Malina, porque eu parto do conceito de que eu
sempre tive uma imagem muito turva de mim mesma e isso nem sempre tem que ser
mau. Eu posso construir o meu próprio reflexo e há todo um monte de
possibilidades e este EP é um reflexo disso.
Quem é que trabalhou contigo neste EP?
Sobretudo Miguel Ferrador, que foi meu professor e mestre,
também um amigo que se chama Pedro Ferreira. Basicamente, ele começa, faz nove
compassos de um beat, com três ou quatro instrumentos e a partir daí eu faço o
arranjo e faço a produção em algumas das músicas e, nas outras eu começo sempre
tudo e o Miguel Ferrador acaba. Basicamente foi assim e depois com as letras
acabo por me juntar com alguns amigos meus quando tenho algum bloco criativo
também para mexer aqui um bocadinho as peças do puzzle e pensar de forma diferente.
Neste EP podemos encontrar coisas que já conhecíamos, não
é? Mas também algumas coisas novas, não é assim?
Sim, então, neste EP já temos a "Fuso" e a "Astrologia", que
já tinham saído ambas como single. E depois, de novidade, temos a "Espelho",
que foi o single de lançamento e é a música que também dá o nome ao EP. Temos a
"Piada" e temos a "Onda", que é sobre o nosso Algarve.
Como é que está a tua relação com o Algarve? Continuas a
andar para cima e para baixo, é isso?
Atualmente vivo em Lisboa, já vivo aqui há alguns anos. Mas
ando sempre para cima e para baixo porque tenho saudades do Algarve e também
tenho lá a minha família, de duas em duas semanas, ou pelo menos uma vez por
mês, vou ao Algarve só para matar aquela saudade. Mas, portanto, eu acho que
quando nós somos de um sítio e as pessoas nos conhecem de um lado, nós
precisamos daquele calor das pessoas da nossa terra e dos costumes da nossa
terra.
Sentes mais falta
do Algarve no verão?
Ah, sim, sem dúvida. No inverno acabo por passar mais tempo
aqui em Lisboa, porque também tem mais eventos musicais e de arte em si, eu
gosto muito de arte, para além da música acabo por passar aqui muito tempo,
mais por isso e pelas oportunidades que há aqui de conhecer pessoas na área.
Por falar em oportunidades, já tiveste a possibilidade de
apresentar alguns dos teus singles ao vivo, não foi assim?
Sim, fui à SIC há uns dias, apresentei o meu single que dá o
nome ao EP "Espelho". Também fui convidada para ir fazer a abertura de um show
de Drag ali no mercado Time Out. E também foi muito engraçado, foi uma
experiência... pronto, foi a minha primeira apresentação ao vivo. E foi assim
uma loucura, é um público que recebe muito bem a cultura pop e eu não podia
deixar de agradecer a essas pessoas que lá estavam porque fizeram mesmo a minha
noite.
Perguntam-te muitas vezes por que é que te chamas Malina?
Muitas, muitas vezes mesmo… a forma mais fácil de explicar
ultimamente é só mesmo ter um ódio da minha mãe a dizer que moça da Malina é
uma miúda que só quer fazer aquilo que ela quer, que tem, como se diz, pêlo na
venta e só quer fazer mesmo aquilo que lhe dá na gana e leva tudo à frente. E é
isso que eu uso para me descrever a mim mesma, então é fácil.
Acabaste de lançar este EP, mas entretanto, já tens novas
ideias para próximos trabalhos a serem apresentados?
Sim, eu nunca paro de pensar em formar novas ideias, de
inovar e criar novas coisas. Atualmente estou a pensar e acho que em breve
posso revelar que vou ter um concerto de apresentação e estou a tentar arranjar
mais, apresentar mesmo também mais pelo Algarve e aqui por Lisboa este EP e depois
mais para a frente tenho em mente lançar alguns singles e até mesmo começar a
produzir um álbum.
Tens feito pequenas apresentações, não é? Há muita
vontade de passar este EP e mais música para um formato de concerto?
Sim, sim, sem dúvida. Agora estou a trabalhar em arranjos ao
vivo com amigos e estamos mesmo com vontade disso.
Sobre as músicas que vais preparando e as ideias que vais
tendo, a tua linha continua a ser esta? É esta linha queres seguir ou pensas em
fazer outras coisas diferentes em termos musicais?
Eu quero sempre explorar coisas novas, não quero meter um
limite, por exemplo, só faço pop ou só faço música mais portuguesa ou só faço
música mais latina, não quero meter esse entrave na minha arte, acho que deve
ser explorada sempre ao máximo e sem dúvida adorava, construir uma carreira com
eras diferentes, com sonoridades diferentes e estéticas diferentes.
Este EP é uma preparação para aquilo que vem em 2024?
Sim, eu chamo-lhe a minha era zero. Estou um bocadinho a
explorar muita coisa ao mesmo tempo, para depois no futuro me focar em
estéticas específicas e em sonoridades muito específicas.
Com quem gostavas de trabalhar a nível nacional?
A nível nacional? Ah, há tantos nomes, mas assim uma Ana
Moura, pronto que é assim um tiro muito alto, mas é um dos meus ídolos em
Portugal. Mas depois no panorama, aqui em Lisboa, como se vai a muitos
concertos, acabo por conhecer mais malta que também está a começar como eu e
que também tem projetos muito interessantes. Uma Inês Apenas, que também esteve
no Festival da Canção, uma Inês Monstro, uma Jura... Tudo mulheres com quem eu
partilho a minha jornada musical. E vivemos a mesma era musical, vivemos no
mesmo tempo musical, e com quem eu adorava trabalhar.
São nomes com quem podíamos ver a Malina fazer um dueto
brevemente?
Eu, para já não tenho nomes, não falei mesmo com ninguém.
Não tenho duetos combinados nem nada disso, mas estou a tentar ao máximo
trabalhar com pessoas novas sim.
Mas gostavas de fazer duetos?
Adorava, eu adoro colaborar seja em termos de produção que é
o que eu já faço, mas em termos artísticos e enquanto cantora também amava
colaborar com muita gente.
Malina até ao fim do ano vamos ficar com este EP, não é
assim?
Sim.
E depois para o ano vamos ter novidades?
Para o ano, sim. O meu foco principalmente é mesmo promover
este EP e tirar o máximo dele em termos de contatos, encontrar pessoas com a
mesma ideologia musical. É ao máximo, tentar unir o máximo de esforços com este
EP para poder depois construir um novo começo.