O Museu do Oriente recebe Artur Pizarro e Ludovico Troncanetti num recital para dois pianos com obras de Camille Saint-Saëns, grande compositor, maestro e pianista francês do período Romântico. Um espectáculo a não perder, no dia 2 de Dezembro, às 19 horas.
Artur Pizarro e Ludovico Troncanetti partilham em palco e ao piano, a paixão pelo compositor francês, estreando-se num programa que apresenta obras por ordem cronológica e que permite perceber melhor a evolução da história, dos escritos, das influências e das inúmeras experiências composicionais de Saint-Saëns, resultantes das suas viagens pelo mundo. "Uma parábola que mostra um homem, ainda que severo e rígido, de grande abertura de espírito", afirma Ludovico Troncanetti.
O espectáculo para dois pianos é constituído pelas obras A roca de Omphale op.31 (trans. do compositor), Marcha Eroica op. 34 (trans. do compositor), Variações sobre um tema de Beethoven op. 35, Polonaise op. 77, Scherzo op.87, Capricho Árabe op. 96 e Capricho Eroico op. 106. Nas palavras de Ludovico Troncanetti, os artistas irão apresentar "um testemunho inquestionável da criatividade de Saint-Saëns, do seu experimentalismo harmónico e rítmico, da sua curiosidade por novas expressões musicais".
Ludovico Troncanetti, natural de Siena, Itália, formou-se no Conservatório de Milão, onde também estudou composição com o maestro Gianni Possio. Em 2009 conheceu e seguiu Leslie Howard para Londres para prosseguir os seus estudos, tendo posteriormente criado um duo de piano em 2016, que teve a sua apresentação de estreia no Teatro dei Rozzi em Siena.
Como solista, Ludovico Troncanetti tocou em várias salas de concertos e teatros de primeira linha em toda a Itália. No estrangeiro apresentou-se na Alemanha, Emirados Árabes Unidos, Espanha, Inglaterra, Bulgária, Portugal, Rússia (em São Petersburgo e na Casa da Música em Moscovo), na Índia (NCPA, em Mumbai, e Concerts Society, em Pune), na Arménia com a Orquestra Sinfónica do Estado de Gyumri, no Uzbequistão com a Orquestra do Estado, Equador com a Orquestra Sinfónica de Quito, entre outros locais e países. O seu amplo repertório vai de J. S. Bach aos grandes compositores do início dos anos 1900, com um foco particular no período romântico.
Artur Pizarro nasceu em Lisboa, em 1968. Os seus primeiros passos ao piano foram acompanhados pela sua avó materna, a pianista Berta da Nóbrega e pelo Professor Campos Coelho. Entre 1974 e 1990, Artur Pizarro estudou em Portugal e nos Estados Unidos com Sequeira Costa (aluno de Vianna da Motta e, também, de Mark Hambourg, Marguerite Long, Jacques Février e Edwin Fischer). Durante um ano frequentou a classe de Aldo Ciccolini no Conservatório Nacional Superior de Paris e recebeu aulas de Bruno Rigutto. Esta linhagem deu a Artur Pizarro um raro conhecimento das escolas francesa e alemã, directamente da Idade d'Ouro do pianismo do século XX.
Actualmente, Artur Pizarro actua em recitais a solo, em duo de piano com Rinaldo Zhok e em concertos de música de câmara. É detentor de três primeiros prémios de concursos internacionais, nomeadamente, o Concurso Vianna da Motta em 1987, o Greater Palm Beach Invitational Piano Competition de 1989 e, o Leeds International Piano Competition de 1990 que verdadeiramente lançou a sua carreira internacional.
Em reconhecimento da relevância da sua arte, Artur Pizarro foi ainda galardoado com o Prémio Bordalo, o Prémio SPA, a Medalha de Mérito Cultural da Cidade de Funchal e a Medalha de Mérito Cultural de Portugal. Em 2014, foi-lhe atribuído o Prémio Albéniz pelo Festival Albéniz em Camprodon, Espanha, reconhecendo o seu trabalho pela divulgação da Suite Iberia através da sua gravação e inúmeras actuações em palco. Actualmente leciona no seu estúdio, em Oeiras, onde dá aulas particulares.